Saber o que dar para cachorro vomitando é uma dúvida comum entre tutores. A primeira reação costuma ser procurar algum remédio, mas é importante reforçar: nenhum medicamento deve ser oferecido sem orientação veterinária
Em alguns casos, o profissional pode prescrever antieméticos, como o Cerenia, usado para controlar náuseas e vômitos. Mas, vale ressaltar que a dose e a indicação sempre variam conforme a causa do problema e o estado clínico do animal.
Sendo necessário orientação do veterinário, pois a automedicação pode mascarar sintomas importantes e até agravar o quadro.
Enquanto o veterinário não avalia o pet, alguns cuidados simples ajudam a estabilizar os casos leves. O principal é pausar a alimentação por algumas horas, permitindo que o estômago descanse.
A hidratação deve ser mantida, mas sempre em pequenas quantidades e de forma fracionada, evitando que o excesso de água desencadeie novos episódios. Essas medidas costumam funcionar quando o vômito é pontual e o comportamento do cão permanece normal.
Já se os episódios se repetirem, ou se houver sangue, diarreia intensa, apatia ou sinais de desidratação, o atendimento veterinário deve ser imediato.
Nos próximos tópicos, você vai entender o que dar, o que evitar, como identificar o tipo de vômito e quando buscar ajuda, com orientações práticas e seguras para proteger a saúde do seu pet.
O que dar para cachorro vomitando?
Em muitos casos, especialmente quando os episódios se repetem, o tratamento envolve o uso de antieméticos, que são medicamentos responsáveis por controlar náuseas e interromper o reflexo do vômito.
Apesar de serem essenciais em muitos quadros, os antieméticos só podem ser usados com prescrição veterinária. Por isso, antes de iniciar qualquer tratamento, o profissional avalia a causa do vômito e define qual procedimento é o mais seguro.
A partir disso, vale entender como esses remédios funcionam e quais opções o veterinário pode indicar.
Medicamentos que o veterinário pode prescrever
Os antieméticos não tratam diretamente a causa da doença, mas ajudam a estabilizar o animal, prevenir desidratação e permitir que o tratamento principal seja iniciado.
Além disso, cada remédio age em um ponto diferente do reflexo do vômito, por isso a escolha depende do quadro clínico e da avaliação veterinária com base em:
- sintomas apresentados;
- estado geral do pet;
- possíveis causas do vômito;
- medicamentos que o cão já usa;
- presença de doenças crônicas.
Como cada antiemético atua em mecanismos diferentes do reflexo do vômito, cabe ao veterinário definir qual é o mais indicado para o quadro clínico.
Um dos mais utilizados na prática clínica é o Cerenia, desenvolvido especificamente para cães e eficaz em diferentes causas de náusea e vômito.
Cerenia: o antiemético de referência para tratar vômitos em cães
O Cerenia foi o primeiro antiemético desenvolvido exclusivamente para cães e é amplamente utilizado na medicina veterinária moderna.
O medicamento se destaca porque atua em um ponto central do reflexo do vômito, bloqueando o sinal antes que ele gere um novo episódio.
Antiemético Cerenia em promoção
Como o antiemético Cerenia atua no organismo do cão?
O reflexo do vômito envolve vários sinais que chegam ao cérebro. Um dos mensageiros mais importantes é a substância P, responsável por ativar os receptores NK-1, que enviam o comando para vomitar.
O Cerenia bloqueia esses receptores NK-1, impedindo que a substância P diga ao organismo que deve continuar vomitando. Por atuar neste ponto-chave, o antiemético consegue:
- reduzir sinais vindos do sistema digestivo;
- reduzir estímulos que chegam pela corrente sanguínea, como toxinas ou substâncias inflamatórias;
- controlar náuseas causadas por movimento, como enjoo no carro;
- bloquear estímulos centrais e periféricos ao mesmo tempo.
Por que o Cerenia é referência no controle de vômito em cães?
Alguns medicamentos usados no controle do vômito atuam apenas sobre um tipo específico de estímulo:
- a metoclopramida atua principalmente em receptores ligados à dopamina;
- a ondansetrona bloqueia receptores de serotonina no trato gastrointestinal.
Quando a origem do vômito envolve outras vias, o efeito desses remédios podem ser limitado. Essa ação mais ampla permite que o Cerenia funcione em uma variedade maior de situações clínicas.
Isso explica por que o Cerenia apresenta melhor controle em diferentes quadros clínicos, como:
- gastrite, gastroenterite e pancreatite;
- doenças inflamatórias intestinais;
- parvovirose e outras infecções;
- enjoo de movimento;
- intoxicações alimentares ou químicas;
- doenças hepáticas e renais;
- distúrbios vestibulares.
Cerenia: ação rápida e dose única diária
Outro motivo que faz o Cerenia ser tão utilizado é a sua praticidade: o medicamento começa a fazer efeito em cerca de 1 hora e, na maioria dos casos, é administrado apenas uma vez ao dia.
Mesmo sendo seguro e eficiente, o Cerenia, assim como qualquer outro antiemético, só deve ser administrado com prescrição veterinária. A dose e a duração do tratamento variam conforme a causa do vômito e o estado geral do animal.
O que NÃO dar para cachorro vomitando?

Leite, chás, remédios humanos ou “soluções caseiras” costumam parecer inofensivos, mas podem aumentar a irritação do estômago, causar intoxicações ou mascarar sinais importantes para o diagnóstico veterinário.
Situações de vômito deixam muitos tutores apreensivos, e é justamente nesse impulso de tentar ajudar que surgem atitudes que podem piorar o quadro.
Para evitar riscos desnecessários, veja o que não deve ser oferecido ao cachorro vomitando em nenhuma circunstância:
| O que não oferecer | Por que faz mal? |
| Medicamentos humanos (dipirona, ibuprofeno, aspirina, entre outros) | Podem intoxicar, causar úlceras e prejudicar rins e fígado. |
| Leite | Piora o enjoo, causa gases, diarreia e mais vômitos |
| Carnes gordas, queijos, embutidos, manteiga, caldos temperados | Irritam o estômago e podem causar pancreatite |
| Qualquer alimento diferente da rotina, mesmo “dieta leve” | Aumenta a irritação e pode causar diarreia |
| Bebedouro cheio de água, ingestão rápida ou contínua | Pode provocar novo episódio de vômito |
| Camomila, hortelã, boldo e outros | Podem intoxicar e prejudicar fígado e coração |
| Bicarbonato, mel, vinagre, água com açúcar, xaropes “naturais”, carvão ativado sem orientação | Irritam o estômago e atrasam o diagnóstico veterinário |
Cuidados imediatos quando o cachorro está vomitando
Quando um cachorro vomita, a reação natural do tutor é tentar resolver o problema na hora. Mas, antes de buscar remédios ou oferecer alimentos, os primeiros cuidados precisam ser simples e focados em observar o comportamento do animal e evitar que o quadro piore.
Nessas primeiras horas, o objetivo é estabilizar o pet, prevenir desidratação e identificar sinais que indiquem urgência. Esses cuidados não substituem o atendimento veterinário, mas ajudam a proteger o animal até que seja possível receber orientação profissional.
A seguir, veja os cuidados imediatos que realmente fazem diferença em casos de cachorro vomitando:
Observe o comportamento do cão nas horas seguintes
Alterações de comportamento são tão importantes quanto o vômito em si. Se o animal ficar abatido, esconder-se, apresentar dor ou recusar água, o ideal é buscar atendimento o quanto antes.
Mantenha a hidratação, mas em pequenas quantidades
Depois de vomitar, muitos cães bebem água rápido demais, o que pode desencadear um novo episódio. Se houver vômito mesmo após ingerir apenas água, isso já indica a necessidade de atenção imediata.
De modo geral, a forma mais segura de hidratar é:
- oferecer pequenas quantidades de água ao longo do dia;
- disponibilizar cubos de gelo para que o cão lamba lentamente;
- evitar bebedouros muito cheios, que estimulam a ingestão rápida.
Qualquer sinal de recusa de água, desidratação ou vômito imediato após beber requer avaliação veterinária.
Faça uma pausa temporária na alimentação
Uma pausa curta na alimentação, observada por algumas horas, pode ajudar o estômago a descansar e reduzir a irritação.
Introduza uma dieta leve somente quando o vômito cessar
Quando o cachorro aceita bem a água e não apresenta novos episódios de vômito, muitos veterinários recomendam uma dieta leve com frango cozido sem pele ou até rações gastrointestinais formuladas para sensibilidade digestiva.
Rações gastrointestinais para cães
No entanto, a necessidade e a duração dessa pausa devem ser confirmadas com um veterinário, especialmente em filhotes, idosos ou cães com doenças crônicas ou hipoglicemia.
Ofereça refeições pequenas e fracionadas
Em vez de uma refeição grande, distribua a alimentação leve em porções pequenas ao longo do dia, o que reduz o risco de sobrecarregar o estômago. Essa estratégia ajuda o sistema digestivo a retomar o funcionamento gradualmente.
Se houver recusa persistente de comida por mais de 24 horas, ou se ocorrer vômito logo após a refeição, o atendimento veterinário deve ser priorizado.
Probióticos podem ser úteis, desde que recomendados por veterinários
Probióticos formulados para cães auxiliam na recuperação da flora intestinal após episódios de vômito. Essa suplementação não trata a causa, mas favorece a estabilização digestiva.
O uso deve ocorrer somente se houver recomendação veterinária ou se o probiótico já fizer parte do manejo habitual do pet.
Esses cuidados iniciais ajudam a estabilizar o pet, mas apenas o veterinário consegue identificar a causa do vômito e indicar o tratamento seguro. Quanto mais cedo a avaliação ocorre, menores são os riscos de complicações.
Sintomas associados ao vômito: quando é sinal de alerta?

Um episódio isolado de vômito pode acontecer até com cães saudáveis, seja por comer rápido demais ou por uma leve irritação no estômago. O ponto de atenção está no que acontece depois do episódio.
Imagine o seguinte cenário: o cão vomita uma vez e logo retoma o comportamento normal, bebe água aos poucos, demonstra interesse pelo ambiente e não apresenta desconforto. Nesses casos, é possível observar por algumas horas.
Por outro lado, quando o vômito vem acompanhado de alterações de comportamento ou outros sintomas, o tutor deve ficar atento.
Entre os sinais que exigem atenção estão:
- apatia, prostração ou fraqueza repentina;
- recusa completa de água ou comida;
- dor abdominal (o cão fica encolhido, evita toque ou muda a postura);
- salivação excessiva;
- tremores;
- aumento da frequência do vômito;
- vômito logo após beber água;
- diarreia, especialmente se intensa;
- hálito alterado (cheiro de acetona, metal ou urina);
- distensão abdominal;
- vômito com sangue, espuma persistente ou conteúdo escuro.
Esses sinais indicam que algo mais está acontecendo e não apenas uma irritação passageira.
Quando buscar atendimento veterinário imediatamente?
Em alguns casos, o vômito pode indicar um problema sério. Nesses cenários, o risco de agravamento é alto e a avaliação veterinária não deve ser adiada. Procure ajuda imediata sempre que houver:
- vômitos repetidos no mesmo dia ou que retornam por 24 – 48 horas;
- suspeita de ingestão de objetos (brinquedos, ossos, meias);
- possível intoxicação por plantas, produtos de limpeza ou alimentos proibidos;
- filhotes, idosos e cães com doenças crônicas (risco rápido de desidratação);
- vômito acompanhado de diarreia intensa;
- sinais de desidratação: gengivas secas, olhos fundos, pele sem elasticidade;
- alterações neurológicas, como falta de coordenação, desorientação ou convulsões;
- vômito com sangue ou aspecto semelhante a “borra de café”.
Nesses casos, o risco de agravamento é alto, e o diagnóstico precoce faz toda a diferença para a recuperação do cão.
Quais são as principais causas de vômito em cães?

Do ponto de vista clínico, o ato de vomitar passa por três etapas (náusea, ânsia e expulsão), e qualquer alteração nesse processo pode ter origem no sistema digestivo ou em outros sistemas do organismo.
Embora muitas doenças possam causar esse sinal, algumas aparecem com muito mais frequência na rotina veterinária. Entender esses grupos ajuda o tutor a reconhecer situações que exigem observação em casa e aquelas que pedem atendimento imediato.
Distúrbios do trato gastrointestinal (as causas mais comuns)
Grande parte dos episódios de vômito começa diretamente no estômago ou intestino. Entre as causas digestivas mais comuns em cães estão:
- gastrite (aguda ou crônica);
- gastroenterite;
- doença inflamatória intestinal;
- parasitas (incluindo Giardia);
- úlceras gástricas;
- pancreatite;
- obstruções, como corpo estranho;
- intolerâncias alimentares e reação a alimentos.
Esses quadros podem causar náusea, dor abdominal, salivação excessiva, inapetência e, em alguns casos, diarreia. É importante lembrar que cães com parasitas nem sempre apresentam diarreia, o vômito pode ser o único sintoma.
Distúrbios metabólicos e doenças sistêmicas
Quando órgãos importantes não funcionam bem, o organismo libera substâncias que ativam centros neurológicos responsáveis pelo vômito. Isso acontece em doenças como:
- insuficiência renal;
- enfermidades hepáticas;
- diabetes com cetoacidose;
- hipoadrenocorticismo;
- alterações eletrolíticas (como sódio, potássio e cálcio);
- infecções generalizadas (sepse).
Nesses casos, o vômito costuma vir acompanhado de apatia, mudanças no hálito, aumento da sede, urina alterada ou sinais neurológicos.
Doenças infecciosas que podem causar vômito
Alguns vírus, bactérias e parasitas provocam vômito como um dos primeiros sinais clínicos. Entre os mais relevantes estão:
- parvovirose;
- cinomose;
- leptospirose;
- giardíase;
- enterites bacterianas.
Filhotes correm maior risco de desidratação, por isso todo episódio de vômito acompanhado de diarreia, febre ou apatia deve ser considerado urgente.
Intoxicações e ingestão de substâncias inadequadas
Produtos domésticos, plantas tóxicas, alimentos proibidos e remédios de uso humano podem causar vômito súbito. Alguns exemplos incluem:
- chocolate, uva, cebola, alho;
- produtos de limpeza;
- medicamentos humanos (anti-inflamatórios, analgésicos);
- venenos (raticidas);
- plantas tóxicas, como comigo-ninguém-pode ou lírio.
Problemas alimentares e comportamentais
Alguns episódios de vômito têm causas mais simples, mas nem por isso devem ser ignorados:
- comer rápido demais;
- ingestão de corpo estranho;
- troca de ração sem transição gradual;
- intolerância a ingredientes específicos;
- ansiedade ou estresse;
- exercício logo após comer.
Esses quadros podem causar vômito intermitente, que aparece e desaparece ao longo dos dias.
Vômitos crônicos e causas menos óbvias
Quando o vômito se repete por semanas ou meses, mesmo sem diarreia, os veterinários investigam causas como:
- gastrite crônica;
- doenças inflamatórias intestinais;
- hipomotilidade gástrica (estômago esvazia devagar);
- síndrome do intestino irritável;
- alterações neurológicas;
- neoplasias do trato digestivo.
Quer saber mais? A médica-veterinária Natália Fevereiro respondeu às principais dúvidas sobre causas, tratamento e cuidados com cães que vomitam em um episódio da TV Cobasi. Vale a pena assistir para complementar as orientações deste guia. Dê o play!
Como é feito o diagnóstico quando o cachorro está vomitando?
O vômito não é uma doença, e sim um sinal clínico. Por isso, o diagnóstico depende de uma investigação estruturada, que começa na conversa com o tutor e evolui para exames específicos, conforme a gravidade do quadro.
O tutor desempenha um papel essencial no diagnóstico, porque muitas das informações mais importantes vêm do histórico do animal.
Antes de qualquer exame, o veterinário precisa entender o que aconteceu nas horas e dias anteriores ao início do vômito. Essa etapa evita diagnósticos incompletos e orienta os próximos passos.
Durante a anamnese, o profissional vai investigar pontos como:
- há quanto tempo o vômito acontece
- se o episódio é isolado ou se repete ao longo do dia
- relação com as refeições
- tipo de alimento consumido recentemente
- possível acesso a lixo, plantas, produtos químicos ou objetos
- características do vômito (alimento, espuma, bile, sangue, odor)
- presença de sintomas associados (diarreia, febre, apatia, dor abdominal, salivação)
- histórico de doenças crônicas
- medicamentos em uso
- risco de ingestão de corpo estranho, como meias, brinquedos ou ossos
Essa investigação inicial também ajuda o veterinário a diferenciar vômito de regurgitação — dois eventos parecidos, mas com causas completamente distintas.
Exames iniciais para investigar vômitos em cães

Após o exame físico e a análise do histórico, o veterinário define quais exames são necessários. Geralmente, a investigação é feita em duas etapas:
Etapa 1 — Avaliação basal
Usada em quadros agudos ou moderados, quando o animal ainda está estável.
- Hemograma completo
Avalia infecções, inflamações, anemia e desidratação. - Perfil bioquímico
Analisa funcionamento renal, hepático, eletrólitos e glicemia. - Urinálise
Essencial para detectar alterações renais ou metabólicas. - Exame de fezes
Útil para identificar parasitas como giárdia e vermes gastrointestinais. - Testes rápidos
Parvovirose, giardíase e outros agentes infecciosos podem ser investigados conforme o histórico do animal.
Esses exames ajudam a excluir causas comuns como: parasitas, gastroenterites, intolerâncias alimentares, infecções iniciais ou alterações metabólicas.
Etapa 2 — Exames complementares
Indicado quando o vômito persistir, quando há sinais de gravidade ou quando a primeira etapa sugere alterações específicas.
- Lipase imunorreativa canina (cPLI)
Exame chave para diagnóstico de pancreatite. - Ultrassonografia abdominal
Avalia inflamação, espessamento intestinal, líquidos livres, massas e obstruções. - Radiografias
Úteis para identificar corpos estranhos, distensão gástrica, torção ou obstruções. - Perfil hepático completo
Indicado quando há suspeita de doenças hepáticas. - Testes de coagulação
Necessários quando o cão vomita sangue ou tem sinais de sangramento gastrointestinal. - Testes para leptospirose
Considerados em quadros com alterações renais ou hepáticas. - Endoscopia
Usada em casos de úlceras, gastrites crônicas ou suspeita de corpo estranho.
Cada caso segue uma linha de investigação própria, e é justamente isso que impede recomendações generalizadas de “remédios ou receitas caseiras”.
Tipos de vômito em cães e o que cada um pode indicar
A cor e o aspecto do vômito ajudam o tutor e o veterinário a entender qual parte do organismo pode estar envolvida e quais causas devem ser priorizadas no diagnóstico.
A tabela abaixo resume os tipos mais comuns e seus possíveis significados, de forma simples e prática:
| Tipo de vômito | Aparência | O que pode indicar |
| Amarelo (com bile) | Líquido amarelo, espuma amarela | Estômago vazio, gastrite, refluxo, jejum prolongado, doença inflamatória intestinal, pancreatite e alterações hepáticas. |
| Verde | Conteúdo esverdeado, geralmente líquido. | Grande quantidade de bile, vômitos repetidos, irritação severa do estômago, possíveis distúrbios hepáticos e pancreáticos. |
| Espuma branca | Espuma leve, às vezes aerada | Náusea, gastrite leve, refluxo, estômago vazio, ingestão rápida de água e indigestão. |
| Marrom | Pastoso, com cheiro forte; pode lembrar alimento digerido | Refluxo severo, úlcera gástrica, coprofagia, alimento mal digerido, possível sangue parcialmente digerido |
| Vômito com sangue (vermelho vivo) | Sangue fresco misturado ao vômito | Lesões na boca, gengiva ou esôfago, corpo estranho, intoxicações |
| Vômito com sangue escuro | Marrom escuro e grãos escuros, parece uma borra de café | Sangramento no estômago ou intestino, úlcera, tumor, intoxicação grave |
| Com alimento não digerido | Ração intacta ou parcialmente digerida | Comer rápido demais, regurgitação, motilidade gástrica reduzida, obstrução parcial |
| Com água | Vômito logo após beber água | Estômago irritado, gastrite, doença renal, parvovirose, ingestão rápida de água |
| Com cheiro de fezes | Odor forte, escuro | Obstrução intestinal grave |
Antes de observar a cor do vômito, é essencial notar se o cão apresenta salivação excessiva, náusea, apatia, diarreia, dor abdominal ou recusa de água. Esses são sinais que aumentam a suspeita de problemas mais sérios.
Como prevenir vômito em cães?
O vômito é um mecanismo natural de defesa do organismo e, por isso, não há como impedir totalmente que um cachorro vomite ao longo da vida.
Ainda assim, alguns cuidados simples no dia a dia ajudam a reduzir os episódios, proteger o sistema digestivo e prevenir problemas mais graves, especialmente em cães sensíveis ou com histórico gastrointestinal.
Mantenha a alimentação estável
Trocas bruscas de ração ou petiscos são uma das causas mais comuns de vômito.
Se for preciso mudar a dieta, faça isso de forma gradual, misturando a ração nova à anterior por 5 a 7 dias.
Evite alimentos inadequados para cães

Nunca ofereça comida humana gordurosa ou temperada, pois esses alimentos sobrecarregam o estômago e podem desencadear gastrite ou pancreatite.
Além disso, também é importante evitar ração velha, rançosa ou mal armazenada, que perde qualidade nutricional e pode causar irritação gastrointestinal.
Inclusive, atenção com restos de comida na mesa, mesmo em pequenas quantidades, aumentam o risco de vômito.
Escolha brinquedos seguros
Objetos que se desfazem facilmente, como espumas, plásticos e bolinhas muito pequenas, aumentam o risco de engasgos e obstruções, uma das causas mais graves de vômito. Prefira brinquedos resistentes e adequados ao tamanho e à força de mordida do seu cão.
Use probióticos quando indicado
Probióticos formulados para cães auxiliam na manutenção da flora intestinal e podem reduzir episódios ligados a estresse, mudança de rotina ou sensibilidade alimentar. Devem ser utilizados somente com recomendação do veterinário.
Guarde medicamentos fora do alcance
A ingestão acidental de comprimidos, pomadas ou xaropes está entre as principais emergências veterinárias. Mantenha tudo guardado em locais altos e fechados.
Se o cão ingerir qualquer medicamento humano, não espere sintomas: procure atendimento imediatamente.
Evite acesso a produtos tóxicos
Diversas substâncias do dia a dia podem causar vômito, salivação, tremores, diarreia e intoxicação grave. Então, atenção redobrada para manter longe do alcance do pet:
- pesticidas e venenos;
- produtos de limpeza;
- tintas e itens automotivos;
- plantas tóxicas e buquês de flores potencialmente perigosos.
Higienize ambientes externos
Fezes acumuladas no quintal aumentam o risco de parasitas, como giárdia, que frequentemente causa vômitos e diarreia. A limpeza regular é uma forma simples e eficaz de prevenção.
Dúvidas frequentes sobre vômito em cães

O que pode ser cachorro vomitando amarelo?
O vômito amarelo geralmente aparece quando o estômago está vazio e a bile irrita a mucosa. Isso é comum ao acordar ou após longos períodos sem alimentação.
Também pode ocorrer em casos de gastrite, refluxo, doença inflamatória intestinal, pancreatite e alterações hepáticas.
Se o episódio for isolado, ofereça água em pequenas quantidades e observe. Mas, se o vômito amarelo se repetir, especialmente pela manhã, é importante investigar, porque pode existir inflamação no trato gastrointestinal que exige tratamento.
O que causa cachorro com vômito e diarreia?
Quando vômito e diarreia aparecem juntos, o organismo está respondendo a alguma irritação intestinal importante. Isso pode acontecer após:
- ingestão de alimento inadequado;
- troca brusca de ração;
- indisposição passageira;
- pode sinalizar doenças graves, como giardíase, parvovirose, cinomose e intoxicações.
Como filhotes, idosos e cães doentes têm risco maior de desidratação, se o seu cachorro estiver vomitando e com diarreia procure um veterinário imediatamente.
Cachorro vomitando água ou logo após beber é normal?
Esse tipo de vômito acontece quando o estômago está irritado e não consegue tolerar líquidos, mas também é comum quando o cão bebe água rápido demais após um episódio de mal-estar.
No entanto, quando a água volta de imediato ou o cão tenta beber repetidamente sem conseguir reter, doenças como gastrite severa, insuficiência renal ou parvovirose precisam ser descartadas. Consulte um veterinário para realizar o diagnóstico.
Qual a diferença entre vômito e regurgitação?
A regurgitação é rápida, sem esforço e acontece logo após o cão comer: o alimento sai praticamente intacto, direto do esôfago. O vômito, ao contrário, envolve náusea, salivação e esforço abdominal, e o conteúdo geralmente está parcialmente digerido.
Essa distinção é essencial porque cada episódio tem causas, riscos e abordagens clínicas completamente diferentes. Para facilitar a identificação no dia a dia, veja a comparação abaixo.
Tabela comparativa: vômito x regurgitação
| Características | Vômito | Regurgitação |
| Tipo de processo | Ativo | Passivo |
| Sinais antes do episódio | Náusea, salivação, inquietação | Geralmente nenhum |
| Esforço abdominal | Presente | Ausente |
| Quando acontece | Pode ocorrer logo após comer ou horas depois | Quase sempre logo após comer beber |
| Origem | Estômago ou intestino | Esôfago |
| Possíveis causas | Gastrite, infecções, parasitas e intoxicações | Problemas esofágicos, megaesôfago, dificuldade de deglutição |
O que fazer quando o cachorro vomita ração?
A primeira medida é retirar a comida por algumas horas e permitir que o estômago descanse. Em seguida, observe se o cão come muito rápido, algo comum e que pode ser corrigido com comedouros lentos.
Porém, se o vômito se repetir, se houver recusa de alimento ou se o pet demonstrar dor, é necessário avaliar causas como gastrite, intolerância alimentar ou obstruções.
Quando o vômito é considerado uma emergência?
O atendimento deve ser imediato sempre que houver sangue no vômito, repetição dos episódios ao longo do dia, suspeita de ingestão de objeto, barriga distendida, sinais neurológicos, desidratação evidente ou alteração de comportamento.
Filhotes, idosos e cães com doenças crônicas também não devem esperar, pois são animais que desidratam muito rápido.
Posso dar soro caseiro para cachorro vomitando?
Não, o soro caseiro tem proporção de sais feita para humanos e pode causar desequilíbrio ainda maior em cães. A hidratação correta deve ser indicada pelo veterinário e, em muitos casos, feita com fluidoterapia ou soluções específicas para pets.
Posso dar frango e arroz para cachorro vomitando?
A dieta leve só deve ser introduzida quando o vômito cessar e sempre com orientação do veterinário. Embora frango e arroz sejam considerados “seguros”, eles não são indicados para todos os quadros. Em casos de pancreatite, por exemplo, essa combinação pode piorar o problema.

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Cuidar de um pet é um aprendizado constante e, sempre que precisar, no Blog da Cobasi, você encontra aqui um conteúdo confiável para te acompanhar. Até a próxima!
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