O cachorro sem apetite é sempre um sinal de alerta para os tutores. Conhecidos pelo entusiasmo na hora das refeições, os cães costumam ser comilões por natureza, e qualquer mudança nesse comportamento merece atenção.
Embora algumas causas para a falta de apetite sejam simples e passageiras — como mudanças na rotina, desconforto após vacinação ou troca de ração — é importante observar o animal de perto.
Em muitos casos, a perda de apetite pode ser o primeiro indício de problemas de saúde mais sérios, como infecções, doenças gastrointestinais, alterações hormonais ou transtornos emocionais, que impactam diretamente o comportamento alimentar.
Por isso, quando nos deparamos com um cachorro sem apetite, é importante agir com responsabilidade. Para ajudar os tutores a diferenciar um comportamento passageiro de um quadro que exige intervenção veterinária, neste artigo você vai entender:
Principais motivos que levam um cachorro a perder o apetite
A seguir, entenda em detalhes o que pode levar um cachorro a parar de comer e como essas situações podem influenciar o comportamento alimentar do seu pet.
Doenças gastrointestinais
Problemas no sistema digestivo, como gastrite, enterite, parasitas intestinais ou obstruções, causam dor abdominal, náusea e desconforto, levando o animal a evitar a alimentação.
Além da recusa alimentar, esses quadros geralmente apresentam sinais como vômitos, diarreia, letargia e perda de peso. A evolução pode ser rápida, exigindo atendimento veterinário.
Infecções e doenças crônicas
Infecções virais, bacterianas e parasitárias podem afetar o organismo do cão de forma sistêmica, reduzindo o apetite e alterando o comportamento.
Doenças crônicas como diabetes mellitus, insuficiência renal, hepatopatias e distúrbios autoimunes também impactam o metabolismo e causam indisposição.
Entre os distúrbios mais importantes, a enteropatia inflamatória crônica canina provoca sintomas persistentes como vômitos, diarreia e perda de apetite. O diagnóstico precoce é essencial para melhorar o prognóstico e a qualidade de vida do pet.
Estresse e ansiedade
Segundo a Associação Mundial de Médicos Veterinários de Pequenos Animais (WSAVA), fatores emocionais exercem grande influência no comportamento alimentar dos cães.
Mudanças de rotina, viagens, ausência prolongada do tutor ou a chegada de novos membros à família, podem gerar estresse e ansiedade, diminuindo o interesse pela comida.
Nesses casos, além da recusa alimentar, é comum observar sinais como agitação, apatia, destruição de objetos ou até mesmo isolamento.
Mudanças de ambiente
Mudanças de residência, alterações no espaço onde o animal vive ou adaptações em viagens podem causar insegurança, já que o ambiente novo, com cheiros e sons desconhecidos, gera desconfiança e impacta diretamente o apetite dos cães.
Permitir que o cão tenha tempo para se adaptar, mantendo uma rotina estável, costuma ajudar a reverter esse quadro.
Se a falta de apetite persistir, o suporte de um veterinário comportamental pode ser necessário.
Troca de ração
Mudar a ração de forma abrupta pode gerar estranhamento por parte do cão. Diferenças de sabor, textura, odor ou tamanho dos grãos, são fatores que influenciam a aceitação do novo alimento.
Para evitar rejeição, o ideal é fazer a transição alimentar de maneira gradual. Misture pequenas quantidades da nova ração à anterior durante sete a dez dias, como explicamos no infográfico abaixo:

Apetite seletivo
Cães que recebem petiscos em excesso ou alimentos humanos muito palatáveis podem desenvolver apetite seletivo, recusando a ração comum na expectativa de algo mais saboroso.
Esse comportamento, além de comprometer a nutrição adequada, pode predispor a problemas de saúde, como obesidade e deficiências nutricionais.
Alergias alimentares
Alguns ingredientes presentes em rações comerciais, como milho, soja e trigo, podem causar alergias em cães sensíveis.
Essas reações provocam desconforto gastrointestinal, coceiras e irritações, levando o animal a associar a alimentação a uma experiência negativa e, consequentemente, evitá-la.
O diagnóstico de alergia alimentar deve ser feito por um veterinário, que indicará a dieta mais adequada para o quadro.
O que fazer quando o cachorro não quer comer?
Quando um cachorro perde o apetite, a primeira atitude do tutor deve ser buscar a orientação de um médico-veterinário. O profissional poderá avaliar se há alguma condição de saúde envolvida e indicar o tratamento mais adequado.
Entretanto, quando não existem sinais de doenças associadas — como vômito, diarreia, apatia ou febre —, a situação pode ser menos preocupante.
Nesses casos, o veterinário pode indicar mudanças no ambiente e na rotina para estimular o apetite do pet de forma segura e responsável.
Veja algumas estratégias que podem ser adotadas:
Introduzir novos alimentos de forma segura
Para tornar a refeição mais atrativa, é possível introduzir alimentos naturais seguros para cães, como maçã (sem sementes), abóbora cozida e cenoura.
No entanto, antes de qualquer alteração na dieta, é fundamental consultar o veterinário para evitar riscos de intolerância alimentar ou desequilíbrio nutricional.
Oferecer alimentos mais palatáveis
Misturar um sachê úmido específico para cães à ração seca ou aquecer levemente a ração, pode realçar o aroma do alimento e estimular o interesse do pet.
Essas estratégias devem ser feitas com moderação e com orientação veterinária, principalmente para cães com restrições alimentares.
Criar um ambiente tranquilo para a refeição
Um ambiente calmo, livre de barulhos e movimentações intensas, favorece a alimentação. Evitar situações estressantes no momento das refeições é fundamental para que o cão se sinta seguro ao comer.
Evitar competição alimentar
Em casas com mais de um animal, a proximidade dos comedouros pode gerar ansiedade ou disputa. O ideal é separar os locais de alimentação, garantindo que cada cão tenha seu próprio espaço para comer com tranquilidade.
Estabelecer uma rotina alimentar
Oferecer refeições nos mesmos horários todos os dias cria uma expectativa positiva e ajuda o organismo do cão a regular a sensação de fome.
Estimular o apetite com atividades físicas
Brincadeiras, passeios e atividades que promovam gasto de energia são excelentes para estimular o apetite natural do cão. Um animal ativo tende a sentir mais fome e a se alimentar melhor.
Quais os riscos da falta de apetite em cães?
É um erro comum pensar que o cachorro “vai comer quando tiver fome”. Os cães não conseguem ficar muitos dias sem alimento, sem que isso comprometa sua saúde.
- Desidratação: em menos de 24 horas sem se alimentar ou beber, especialmente filhotes e idosos, o risco de desidratação severa já é alto.
- Hipoglicemia: a falta de ingestão de alimentos reduz drasticamente a glicose no sangue, podendo causar fraqueza, tremores e convulsões.
- Comprometimento imunológico: a ausência de nutrientes enfraquece o sistema imunológico, deixando o cão vulnerável a infecções.
- Agravo de doenças crônicas: a falta de energia acelera a progressão de doenças pré-existentes.
Segundo estudo da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp (FCAV/Unesp), a rápida perda de nutrientes e líquidos em cães durante o jejum pode agravar o quadro de saúde rapidamente, exigindo atendimento veterinário imediato.

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