Em média, um cachorro pode viver entre 10 e 15 anos. Mas essa é apenas uma média. O tempo de vida de um cão varia bastante conforme o porte, a raça, a genética, a alimentação, o estilo de vida e os cuidados veterinários que recebe.
Cães de pequeno porte, por exemplo, tendem a viver mais do que os de porte grande. Além disso, animais castrados, com alimentação equilibrada e acompanhamento veterinário regular costumam ter maior longevidade.
A raça também influencia: cães sem raça definida (SRD) vivem, em média, 13,1 anos — contra 11,9 anos dos cães de raça pura, segundo o estudo VetCompass, do Royal Veterinary College (2022).
Ou seja, mesmo com médias bem documentadas, não há uma regra exata sobre quanto tempo seu cachorro vai viver.
A longevidade canina depende de vários fatores e entender essas variáveis pode fazer toda a diferença na saúde e bem-estar do seu pet.
A seguir, veja a expectativa de vida dos cães por porte e raça, além de dicas práticas para ajudar seu melhor amigo a viver mais e melhor. Confira!
Expectativa de vida de cachorro por porte e raça
A longevidade dos cães varia bastante conforme o porte e a raça, influenciada por fatores genéticos, histórico reprodutivo, predisposição a doenças e até ritmo metabólico.
Para orientar melhor os tutores, organizamos as principais raças em três tabelas por porte, com suas respectivas expectativas de vida médias.
Cães de pequeno porte (expectativa média: 13 a 18 anos)
Um estudo com mais de 25 mil cães de 238 raças, publicado na revista PLOS ONE, observou que cães menores têm menor risco de desenvolver doenças graves como câncer, problemas neurológicos e gastrointestinais, quando comparados aos cães maiores.
Raças de pequeno porte
Raça | Expectativa de vida média |
Chihuahua | 12 a 20 anos |
Poodle Toy | 14 a 18 anos |
Yorkshire Terrier | 13 a 16 anos |
Shih-tzu | 10 a 16 anos |
Spitz Alemão (Lulu) | 15 a 16 anos |
Maltês | 15 a 18 anos |
Bichon Frisé | 14 a 17 anos |
Pinscher | 12 a 15 anos |
Pug | 12 a 14 anos |
Lhasa Apso | 12 a 14 anos |
Dachshund (salsicha) | 12 a 15 anos |
Jack Russell Terrier | 10 a 15 anos |
Essas raças de cães de pequeno porte geralmente envelhecem com qualidade, especialmente quando recebem cuidados bucais regulares, alimentação específica para a idade e acompanhamento veterinário preventivo.
Cães de médio porte (expectativa média: 11 a 15 anos)
Os cachorros de médio porte equilibram bem longevidade e resistência física, muitas raças dessa categoria podem ultrapassar os 13 anos com boa qualidade de vida.
Segundo a mesma pesquisa da PLOS ONE, o risco de doenças como displasia, artrose e problemas cardíacos aumenta conforme o porte, mas os cães médios ainda mantêm um perfil de saúde favorável.
Raças de médio porte
Raça | Expectativa de vida média |
Border Collie | 12 a 15 anos |
Beagle | 12 a 15 anos |
Schnauzer (médio) | 13 a 16 anos |
Cocker Spaniel | 11 a 15 anos |
Buldogue Francês | 9 a 12 anos |
Dálmata | 10 a 13 anos |
Shiba Inu | 12 a 15 anos |
Basset Hound | 10 a 12 anos |
Australian Cattle Dog | 12 a 15 anos |
Cães de grande porte (expectativa média: 8 a 12 anos)
Diversos estudos científicos já confirmaram que cães de grande porte tendem a ter uma expectativa de vida menor comparado aos de porte pequeno ou médio.
Essa diferença não se deve apenas ao tamanho corporal, mas a uma série de fatores combinados, como:
- taxa metabólica acelerada durante o crescimento;
- maior incidência de doenças degenerativas;
- predisposição a problemas ortopédicos e cardíacos;
- risco elevado de câncer em idades precoces.
Um estudo publicado no American Naturalist apontou que a reprodução seletiva voltada ao aumento do tamanho corporal pode ter comprometido os mecanismos naturais de defesa contra o câncer em raças grandes.
Isso explicaria por que muitos desses cães acabam vindo a óbito ainda jovens por doenças oncológicas.
A teoria usada no estudo é conhecida como “soma descartável”, proposta por Thomas Kirkwood.
Uma prática que sugere que organismos que investem muita energia no crescimento e reprodução tendem a direcionar menos recursos para processos de reparo celular e imunidade.
O que, no caso dos cães grandes, favorece o envelhecimento precoce e o desenvolvimento de doenças.
Raças de grande porte
Raça | Expectativa de vida média |
Golden Retriever | 10 a 12 anos |
Husky Siberiano | 12 a 15 anos |
Labrador | 10 a 13 anos |
Pastor Alemão | 9 a 14 anos |
Rottweiler | 8 a 10 anos |
Dogue Alemão | 8 a 10 anos |
São Bernardo | 8 a 10 anos |
Como aumentar a expectativa de vida do seu cachorro?

Embora a genética tenha um peso importante, grande parte da longevidade dos cães está diretamente ligada aos cuidados que recebem ao longo da vida.
A boa notícia é que muitas atitudes do tutor podem influenciar — e muito — para que o cachorro viva mais tempo com saúde e qualidade.
Confira os principais fatores que contribuem para prolongar a vida do seu cão, segundo estudos veterinários:
1. Alimentação de qualidade, adaptada à fase da vida
A nutrição é um dos pilares da longevidade canina. Dietas balanceadas, com ingredientes funcionais e adaptadas à fase de vida (filhote, adulto ou sênior), ajudam a prevenir obesidade, doenças cardíacas, problemas renais e articulares.
Consulte um veterinário para ajustar a dieta conforme o porte, idade e condição clínica.
2. Castração reduz risco de doenças e aumenta a longevidade
Cães castrados tendem a viver mais do que os não castrados, segundo evidências científicas.
Um estudo de Alves e Hebling (2020) aponta que a esterilização reduz significativamente a incidência de doenças graves, o que está diretamente associado ao aumento da expectativa de vida.
Entre os benefícios mais relevantes da castração estão:
- Diminuição do risco de tumores mamários (em fêmeas).
- Prevenção da piometra, uma infecção uterina potencialmente fatal.
- Eliminação do risco de câncer de testículo (em machos).
- Redução de comportamentos de fuga, que expõem o animal a atropelamentos e brigas.
Além dos impactos na saúde, a castração também contribui para o bem-estar e a segurança do pet no longo prazo.
3. Exercícios físicos regulares e estímulo mental
Manter o pet ativo ajuda a prevenir obesidade, artrose e doenças degenerativas. Além disso, o estímulo mental diário reduz o estresse e o risco de declínio cognitivo em cães idosos.
Portanto, faça caminhadas, ofereça brinquedos interativos, jogos de olfato e crie atividades específicas com o seu cachorro. Essas são formas eficazes para ajudar a manter a saúde do seu cão em dia.
No Blog da Cobasi, temos um conteúdo exclusivo com esportes que você pode praticar com o seu pet, além de destacar os benefícios de uma rotina ativa.
4. Acompanhamento veterinário preventivo
Check-ups anuais, vacinação em dia, vermifugação, controle de pulgas e carrapatos e exames laboratoriais preventivos são essenciais para aumentar as chances de tratamento e qualidade de vida. Lembre-se: a prevenção é mais eficaz que o tratamento tardio.
5. Cuidados específicos com a saúde bucal
A doença periodontal é uma das condições mais comuns em cães e pode impactar o coração, fígado e rins.
Por isso, um cronograma de escovação e acompanhamento com um dentista veterinário é um cuidado que deve fazer parte da rotina do seu amigo.
6. Ambiente seguro e emocionalmente equilibrado
Estresse crônico, ansiedade por separação, exposição a ambientes hostis ou acidentes domésticos também encurtam a vida dos cães.
Um lar seguro, com rotinas estáveis, enriquecimento ambiental e interação positiva com humanos é essencial para o bem-estar duradouro.
Como saber se seu cachorro está entrando na terceira idade?

A idade em que o cachorro é considerado idoso varia conforme porte, genética e estilo de vida. Ainda assim, a medicina veterinária adota critérios bem definidos para classificar a fase sênior.
- Pequeno porte (até 10 kg): a partir dos 9 anos
- Médio porte (10 a 25 kg): por volta dos 8 anos
- Grande porte (acima de 25 kg): entre 6 e 7 anos
- Raças gigantes (mais de 40 kg): a partir dos 5 anos
Outra referência usada é da American Animal Hospital Association (AAHA), que propõe considerar o cão sênior ao atingir os últimos 25% da expectativa de vida média da raça.
Por exemplo: raças com expectativa de 12 anos entram na fase sênior aos 9 anos (12 x 0,75).
Também existem análises dos sinais físicos e comportamentais que indicam que o cão está envelhecendo:
- Diminuição de energia e do apetite.
- Pelagem grisalha, principalmente no focinho.
- Maior sonolência durante o dia.
- Dificuldade para subir escadas ou caminhar.
- Alterações na visão ou audição.
- Dores articulares ou rigidez ao se movimentar.
Se quiser mais detalhes sobre como calcular a idade do cachorro a partir de suas características, confira esse artigo.
Curiosidade: qual foi o cachorro mais velho do mundo?
Em 2023, o mundo conheceu Bobi, um cão da raça Rafeiro do Alentejo (mastim português) que teria vivido até 31 anos e 5 meses em Portugal.
O feito impressionou a comunidade veterinária, pois supera com folga o recorde anterior de Bluey, um cão boiadeiro australiano que morreu em 1939 com 29 anos e 5 meses.
Apesar da comoção, o título de Bobi está sendo reavaliado pelo Guinness World Records (GWR).
Após a morte do cão em outubro de 2023, surgiram dúvidas sobre a veracidade dos documentos apresentados. A investigação foi iniciada no início de 2024 e segue sem conclusão definitiva até o momento.
Enquanto isso, outro recordista chama atenção: o Chihuahua Spike, que foi reconhecido como o cão vivo mais velho do mundo em dezembro de 2022, com 23 anos e 7 dias.
De porte minúsculo, pesando menos de 6 kg, Spike se destacou antes da aparição de Bobi e continua sendo referência entre cães longevos.

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Que tal descobrir também qual é a idade do seu cachorro em anos humanos? Até a próxima!
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